Narinha, filha longe. Sempre filha.
Narinha é a dona do “Repressão”, este pastel sobre papel da segunda exposição, “O gesto travado”.
Ela o ganhou aos dezoito anos. Tinha recém entrado na UFPE para fazer medicina. Formou-se em 2000 e veio para Sampa fazer residência no Clínicas. Fez duas: clínica geral e reumatologia. Deixou esse quadro comigo antes de ir para os Estados Unidos com o marido Daniel, físico da Universidade da Califórnia, em Pasedena.
Interessante Nara ter escolhido justamente esta obra e ter se especializado em reumato. Talvez ela nem tenha pensado nisso quando decidiu fazer mais uma especialidade: psiquiatria, como caminho da psicanálise. Talvez tenha pensado com o inconsciente. E por isso, por já saber o que ainda nem dá para adivinhar, desenhamos nosso futuro. Talvez por isso mesmo ela esteja aproveitando o tempo que está lá, estudando e se atualizando em medicina, para se especializar em “Narinha”, e esteja fazendo cursos e praticando a fotografia com surpreendente e poética qualidade.
Ela, assim como as irmãs, aprendeu cedo o valor e a força da imagem e da criação.
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