BioFilosofia
 
 
 
Radioterapia no Cérebro
Fonte: BBC
Autor: BBC
Link: http://news.bbc.co.uk/2/hi/health/8189327.stm
Tradução: Joana Alencastro
Data: 19/08/2009
 
A radioterapia usada para tratar tumores cerebrais pode levar a um declínio da função mental no futuro, dizem pesquisadores holandeses.

Um estudo com 65 pacientes - 12 anos depois que eles foram tratados -  descobriu que aqueles que fizeram radioterapia apresentaram mais propensão a ter problemas de memória e atenção.
Escrevendo para a Lancet Neurology, os pesquisadores dizem que os médicos devem evitar usar a radioterapia o máximo possível. Todos os pacientes do estudo tinham uma forma de tumor chamado de glioma de baixo-grau – um dos tipos de tumores cerebrais mais comuns.

Nesses casos a radioterapia é comumente aplicada após a cirurgia de remoção do tumor, mas existe um debate sobre se o método deve ser usado imediatamente ou apenas se o câncer retornar.
É sabido que o tratamento por radiação no cérebro causa danos ao tecido normal, e os pesquisadores suspeitavam de que ele também pudesse conduzir a um declínio da função mental.

Um estudo anterior feito com os mesmos pacientes - mas seis anos depois do tratamento - não encontrou diferenças em aspectos como memória, atenção e  velocidade com que as pessoas podem processar informação naqueles que haviam recebido o tratamento de radioterapia.

Mas a pesquisa mais recente – realizada mais de uma década depois do tratamento original – realmente encontrou diferenças nos resultados de diversos testes mentais entre aqueles que haviam feito radioterapia e aqueles que não haviam feito. No todo, 53% dos pacientes que haviam feito radioterapia demonstraram declínio na função cerebral comparado a 27% dos pacientes que apenas fizeram a cirurgia. As diferenças mais profundas foram em testes para medir a atenção.

Com uma média de sobrevivência de dez anos para esse tipo de tumor, os pesquisadores  afirmam que pacientes submetidos a este tratamento têm considerável risco de desenvolver problemas no futuro.
Uma opção para os médicos seria atrasar o tratamento quando os pacientes necessitam receber radioterapia, reservando-a apenas para o caso de o tumor retornar - aconselham os pesquisadores.
“Sempre depende do paciente, mas se é possível adiar a radioterapia, talvez as pessoas devessem fazê-lo,” diz a líder de estudo Dra. Linda Douw, do Departamento de Neurologia da VU Universidade Centro Médico de Amsterdam.

Ela acrescentou que mais pesquisas são necessárias e que experimentos já foram iniciados sobre outros tratamentos, como a quimioterapia.  Em um artigo que acompanha esse, experts da Clínica Mayo em Rochester, USA, disseram ser difícil tirar conclusões pois a radioterapia havia melhorado desde que os pacientes desse estudo haviam sido tratados, mas concordou que mais experiências eram necessárias.

Dr Jeremy Rees, um cientista pesquisador de câncer do Reino Unido do Hospital de Neurocirurgia e Neurologia disse que eles normalmente tentam evitar aplicar radioterapia em pacientes com glioma de baixa-grau, a menos que o tumor esteja progredindo ou que o paciente reaja à medicação padrão com epilepsia não controlada.

“A cirurgia é geralmente a opção preferencial juntamente com a quimioterapia ou radioterapia juntando-se ao quadro em uma esfera mais ampla – se o glioma progredir.”“A pesquisa contínua e o conhecimento crescente sobre essa doença vem nos possibilitando tratá-la cada vez mais de maneira mais efetiva, enquanto reduz os efeitos colaterais.”
 
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