Descrição
Encadernação: Capa Dura
Páginas: 166
Edição: 0
Peso: 255 g
ISBN:
Medidas: 210 x 130
ID: 1608014
Ano: 1985
Conservação: Bom. Lombada e capas desgastadas páginas amareladas e/ou com manchas de oxidação sem comprometer o conteúdo impresso.
Tags

Mais Detalhes
Ilustrações Com ilustrações
Sobre a Ilustração Fotografia do autor em p&b.
Assunto Literatura Brasileira: Crônicas. Contos. Poesia.
Resenha
As crônicas reunidas neste livro escritas entre 1941 e 1966 tocam temas díspares mas fascinantes: o pós-guerra um desenho de Carlos Scliar a avenida Atlântica Hollywood o assassinato de dez mil pintinhos pelo Ministério da Agricultura um batizado na Penha o amor à pátria a morte de Cecília Meireles uma saison em Caxambu. O cotidiano aqui aparece emaranhado desconexo caótico como de fato são os acontecimentos. Vinicius de Moraes sabe que a função do cronista não é a mesma de um administrador que conecta limpa e arquiva o mundo real. Ao contrário ao retratista não cabe escolher o que a realidade lhe oferece nem discriminar imagens ou acontecimentos. Cabe sim pôr-se a serviço do confuso trançado de fatos que compõem o cotidiano e não sucumbir à ânsia de colocar precocemente ordem na casa - pois os fatos se ajeitam e se moldam por si mesmos ou simplesmente se perdem na espiral do tempo. Vinicius de Moraes é um cronista sem onipotência que não conspira contra os acontecimentos nem tenta acomodá-los de um modo coerente e aceitável. Sabe que tudo se perde no tempo e é assim que trabalha suas crônicas como um poeta metido em um nevoeiro onde pode ver apenas aquilo que se passa a menos de um metro de si. É daí dessa impotência que ele retira a beleza do que escreve. E ainda que o poeta apareça como personagem de si mesmo - Hoje fui ao parque: melhor dizer Parque assim com maiúscula. Passei minha convalescença por entre outras senhorazinhas encantadas... - o que lhe interessa não é o egoísmo do poeta colocado no posto de estrela mas o modo como ele pode se oferecer para apresentar um diagnóstico mais preciso e belo do mundo exterior. A leitura dessas crônicas traz um alívio: o cotidiano pode ser um campo minado de farpas e imprevistos mas só contra eles o homem pode construir sua felicidade. Prêmio Jabuti 1992 de Melhor Produção Editorial de Obra em Coleção