Descrição
Encadernação: Brochura
Páginas: 120
Edição: 1
Peso: 187 g
Medidas: 210 x 150
ID: 1656326
Ano: 2003
Conservação: Bom. Lombada e capas desgastadas páginas amareladas e/ou com manchas de oxidação sem comprometer o conteúdo impresso.
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Resenha
Nesta obra são analisadas possíveis implicações éticas de algumas teorias cosmológicas enunciadas na segunda metade do séc. xx e que tentaram dar resposta a uma coincidência fundamental há pouco tempo descoberta - a coincidência entre o que as propriedades do Universo são e o que teriam de ser para que a vida inteligente pudesse ter emergido no processo evolutivo cósmico. Duas linhas de pensamento se apresentaram a reclamar este novo território: a linha antrópica com as várias versões do seu famoso princípio antrópico cosmológico e uma posterior linha anti-antrópica. Na primeira a vida inteligente de que a nossa espécie é particularmente representante assume uma relevância especial no e para o Universo. Mas na segunda linha a contrapor às quatro versões do princípio antrópico cosmológico aqui analisadas (versões fraca forte participativa e final) surge uma teoria que alarga a ideia de Gaia a todo o nosso Universo e relega a vida inteligente para um humilhante estatuto de subproduto evolutivo de um Universo indiferente. Como é que estas ideias controversas e especulativas geradoras de alguns entusiasmos mas alvo de arrasadoras críticas de desprezo e mesmo desdém podem influenciar as nossas concepções éticas em particular de ética ambiental? Haverá sequer razões para dar crédito a tais teorias enquanto fundamento de concepções éticas? Alguma destas teorias será merecedora de especial atenção num contexto ético? Se sim qual? São estes no fundo os grandes desafios a que esta obra procura responder. A questão central é a do lugar do ser humano na natureza. Questão central e primeira porque a partir daqui toda a ética em particular a ética ambiental pode ter uma matriz de fundo. Mas a credibilidade de tal matriz no contexto desta obra depende da credibilidade científica das concepções cosmológicas analisadas e apenas a versão fraca do princípio antrópico cosmológico parece garantir um nível credível de cientificidade... Esta obra é um ensaio na mais primitiva acepção da palavra: é uma tentativa de rasgar novos caminhos uma tentativa de construir pontes entre áreas que aparentemente nada têm que ver entre si e que na prática pouco ou nada contactam entre si nomeadamente cosmologia e ética ambiental. Investe pois num esforço interdisciplinar convocando para esta jovem e florescente área da ética um conjunto de temas e questões não habituais. Cosmologia e ambiente não são afinal tão distantes. A sua proximidade chega-nos pela mão da ética. JOÃO LOPES BARBOSA é licenciado na área de Física mestre em Filosofia da Natureza e do Ambiente e doutorando em Filosofia (Ética Ambiental). Professor. Tem leccionado Ética Ambiental Educação Ambiental Ciências do Ambiente Ética da Ciência e Epistemologia da Ciência em diversas instituições. Foi durante anos professor-colaborador do Museu de Ciência da Universidade de Lisboa. Foi fundador e é o actual vice-presidente da SEA - Sociedade de Ética Ambiental.