As Marés de Tula

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Resenha

´Os minutos e os copos de vodca se passaram Júlio não sabia como dar o primeiro paso franquear a barreira perigosa do gesto ou da palavra inicial. Sempre fora assim. Nesse momento crucial seus movimentos se imobilizavam e quando o cenário estava armado pronto para o ato ele se perdia em reflexões e inibições inúteis. A mão de Jarek se esquecia no sofá de veludo carmesim desbotado. Júlio conseguiu um fio de coragem a custo arrancado do fundo e tomou a mão do garoto. Ele pressionou a sua entrelaçou os dedos em resposta. Sucesso em sua façanha. A mão do outro lado do abismo respondera que sim que também queria. Só então seus olhos se enfretariam e era tão irresistivelmente perigoso aquele azul luminoso do outro lado que Júlio aproximou seus lábios dos lábios de Jarek e um beijo espocou como um fogo de artifício no meio da sala ou como o tilintar de dois copos de vodca brindando.´