Descrição
Encadernação: Capa Dura
Páginas: 294
Edição: 0
Peso: 702 g
Medidas: 270 x 180
ID: 1682109
Ano: 1948
Conservação: Regular. Regular. Pode apresentar lombada e capas com desgastes nas bordas e/ou sinais de usos. Páginas e cortes amareladas e marcas de oxidação do papel. Pode apresentar grifos marcações de caneta e lápis ou anotações nas páginas e capas.
Tags

Mais Detalhes
Coleção Biblioteca Internacional de Obras Célebres
Observações Coleção das Produções Literárias mais célebres do mundo na qual estão representados os autores mais afamados dos tempos antigos medievais e modernos. Redatores Principais: Gabriel Victor do Monte Pereira Manoel Cicero Peregrino da Silva Marcelino Menedez y Pelayo Ricardo Palma Alois Brandl e outros. Colaboradores brasileiros: José Verissimo Vicente de Carvalho Artur Orlando Reis Carvalho Constancio Alves Lindolfo Collor João Ribeiro. Coleção da Sociedade Internacional envolvendo Lisboa Rio de Janeiro São Paulo Londres e Paris. Inclui Frontispicio em cores da Historia Romana Manuscrita do século XVI índice de ilustrações e do volume. Prefácio de Paulo Bourget: O ensaio Crítico em França.
Prefácio/Posfácio Pref. de Paulo Borgeut
Ilustrações Com ilustrações
Sobre a Ilustração Fotografias em cores e em p&b.
Assunto Literatura Universal: Séculos XVI ao XIX. Trechos e Ensaios. Obras de vários autores. Literatura Mundial. Teatro. Romance. Fábulas. Poemas. Poesia. Ensaio Crítico em França. Bourget. José de Alencar. O Barba Azul. Perrault. Edmond Rost
Resenha
Biblioteca Verde Papai me compra a Biblioteca Internacional de Obras Célebres. São só 24 volumes encadernados em percalina verde. Meu filho é livro demais para uma criança. Compra assim mesmo pai eu cresço logo. Quando crescer eu compro. Agora não. Papai me compra agora. É em percalina verde só 24 volumes. Compra compra compra. Fica quieto menino eu vou comprar. Rio de Janeiro? Aqui é o Coronel. Me mande urgente sua Biblioteca bem acondicionada não quero defeito. Se vier com um arranhão recuso já sabe: quero devolução de meu dinheiro. Está bem Coronel ordens são ordens. Segue a Biblioteca pelo trem-de-ferro fino caixote de alumínio e pinho. Termina o ramal o burro de carga vai levando tamanho universo. Chega cheirando a papel novo mata de pinheiros toda verde. Sou o mais rico menino destas redondezas. (Orgulho não; inveja de mim mesmo) Ninguém mais aqui possui a coleção das Obras Célebres. Tenho de ler tudo. Antes de ler que bom passa a mão no som da percalina esse cristal de fluida transparência: verde verde. Amanhã começo a ler. Agora não. Agora quero ver figuras. Todas. Templo de Tebas. Osíris Medusa Apolo nu Vênus nua... Nossa Senhora tem disso nos livros? Depressa as letras. Careço ler tudo. A mãe se queixa: Não dorme este menino. O irmão reclama: Apaga a luz cretino! Esparmacete cai na cama queima a perna o sono. Olha que eu tomo e rasgo essa Biblioteca antes que pegue fogo na casa. Vai dormir menino antes que eu perca a paciência e te dê uma sova. Dorme filhinho meu tão doido tão fraquinho. Mas leio leio. Em filosofias tropeço e caio cavalgo de novo meu verde livro em cavalarias me perco medievo; em contos poemas me vejo viver. Como te devoro verde pastagem. Ou antes carruagem de fugir de mim e me trazer de volta à casa a qualquer hora num fechar de páginas? Tudo que sei é ela que me ensina. O que saberei o que não saberei nunca está na Biblioteca em verde murmúrio de flauta-percalina eternamente CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE