Descrição
Encadernação: Brochura
Páginas: 400
Edição: 0
Peso: 496 g
ISBN: 9788535904079
Medidas: 210 x 140
ID: 1682413
Ano: 2003
Conservação: Bom. Lombada e capas desgastadas páginas amareladas e/ou com manchas de oxidação sem comprometer o conteúdo impresso.
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Resenha
no início do século xix o ladrão e falsário william gould foi condenado a 49 anos de prisão numa colônia penal da tasmânia. ali coagido pelo médico do presídio fez uma série de pinturas retratando peixes da região. inspirado no personagem o tasmaniano richard flanagan reconstitui as terríveis condições da colonização inglesa. em lugar do realismo porém flanagan prefere o registro da fantasia. o diretor da colônia penal um louco que usa uma máscara de ouro utiliza a mão-de-obra dos prisioneiros para empreender construções absurdas como uma imensa ferrovia que liga o nada a lugar nenhum. o médico-chefe da prisão vive em companhia de um porco (com o qual acredita se comunicar) e sonha ingressar na real academia de ciências. o narrador da história encontra o caderno do falsário escrito no cárcere. preso numa solitária imunda diariamente alagada pela maré gould só pode escrever com o material que tem à mão. assim cada capítulo é escrito na tonalidade peculiar da "tinta" utilizada: sangue de canguru o fluido extraído de um molusco ou excrementos do próprio gould. num estilo que combina realismo mágico digressões filosóficas e inventividade lingüística flanagan faz com que a escrita e os peixes de gould se tornem foco de resistência contra a opressão da colônia penal e ao mesmo tempo expressão da sobrevivência da liberdade num lugar onde só a imaginação escapa ao confinamento e ao sadismo.