Descrição
Encadernação: Brochura
Páginas: 110
Edição: 0
Peso: 176 g
ISBN: 9788525416179
Medidas: 210 x 140
ID: 972513
Ano: 2005
Conservação: Muito bom. Livro já lido. Encadernação comum. Editoração normal. Papel comum. Livro adquirido de particular. Corte um pouco escurecido. Livro em ótimo estado
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Resenha
A estréia de Ana Mariano como poeta revela uma escritora que sobretudo enaltece a paixão como afirmação da liberdade. A autora brinca com a versificação tradicional insere sonoridades cria dissonâncias e usa desses artifícios para homenagear seus escritores mais queridos entre eles Carlos Drummond Mario Quintana Vinicius de Moraes Adélia Prado e Jorge Luis Borges absorvendo versos temas e trejeitos. A partir de imagens concretas ora resgatadas da infância ora da trivialidade do dia-a-dia Ana Mariano constrói um universo entre a herança tradicional e o desejo transformador de ir além e ver adiante. Os poemas funcionam como um acerto de contas tentativa de recriar poeticamente suas próprias lembranças. A temática abrangente e rica é renovada pelo olhar diverso capaz por exemplo de criar uma canção para sua rua resgatar um domingo de sua meninice fazer uma viagem à velha Madri do tablao flamenco ou mesmo observar as peculiaridades do amor. O prefácio é assinado pelo professor Donaldo Schüler que evoca Safo – a primeira mulher escritora lembrada pela literatura ocidental e segundo Platão uma sábia do amor – para dimensionar os versos de Ana Mariano. Schüler comenta ainda: “Nos olhos de cadela há o apelo de copos e o brilho que se eleva acima do imediato já anunciado nas retinas da menina. A força avança luminosa do quarto para a amplidão esferas sonhadoras inventivas mais fortes que a corrosão da morte. Os olhos movem-se suspensos por um fio. E que fio! Um que desce das estrelas e dança nas correntes. Os olhos suspensos fazem da vida invenção circo. A criança confundida com o adulto devora tempo e espaço para girar e gerar um mundo livre dos princípios que algemam coisas e pessoas. A lembrança recua ao crochê da tia Florinda que reinventa a mortalha de Penélope trabalhada para ser durar vencer.”