Black Tie Pastel sobre papel 49,5 cm X 65 cm 1984 Série figurativa
Hoje minha alma está de gala. Fazer estes comentários é mexer fundo na minha alma. É dar passagem para o novo que estava guardado há muito.
Achei o Black (é beautiful). Penso nas vernissagens, na vida e fico tecendo comentários e memórias que me remetem à Ricardo Camargo, o marchand destas exposições, e de Ricardo à Zé Duarte de Aguiar que mencionei, como pessoa jurídica, em um dos meus textos e que agora cito como pessoa espiritual , esteja em que céu estiver.
Lembro dos conselhos de Ricardo que infelizmente não os aceitei na minha vaidade de artista jovem que não consegue ter noção da perspectiva (era este o nome da exposição!) da verdade que tanto procura: da sua vida, de sua obra e de sua história que hoje, finalmente consigo vislumbrar. Lembrei da Maria do Céu, mulher de Ricardo, e fiquei feliz em saber que, como eu e Malouzinha, permanecem juntos e podem dividir conosco memórias de pessoas, fatos e sonhos comuns, e que souberam manter a arte como centralidade da vida. Não sei se esta experiência pode servir para algum jovem artista. Provavelmente não. Mas para mim relembrar tudo isso me tornou melhor do que quando acordei pela manhã: minha alma está em “black tie”.
A azeitona do coquetel é que só então lembrei das primeiras pessoas que entraram para ver a exposição na noite da abertura em São Paulo: Maria Helena Chartunni e o professor Pietro Maria Bardi, trazidos por Ricardo. Às vezes a gente demora muito para ser feliz. Outras vezes a gente era feliz e não sabia em tempo.