ATELIER

ODILON CAVALCANTI

Atelier Odilon Cavalcanti
CRÍTICA - Alberto Beuttenmuller

Na arte de Odilon Cavalcanti emergem duas propostas que se interpenetram: os signos do Kosmos e suas equações emocionantes e seu método de trabalhar a matéria pictórica, amalgamando as técnicas de pastel e óleo.

No primeiro caso, a intuição do artista descobriu a visão do poema de Parmênides: a esfericidade do ser, que mais tarde foi genialmente transportada por Nitzsche na imagem da esfera em "O Ser e o Tempo".
Nitzsche escreveu: "Em cada instante o ser principia; em cada aqui, rola a esfera acolá. O meio está em toda parte. Recurvo é o caminho da eternidade."

Este poema do genial poeta/filósofo alemão define a obra e a busca obsessiva de Odilon Cavalcanti, que cria signos da Cosmogonia do Universo fundindo-os com o Ser (Dasein) e com o Tempo. Estar aqui e agora. Sua linguagem plástica está sistematizada pelo Kosmos, daí ser abstrata e abstratizante, daí ele próprio sustentar que: "Você sabe, o Tempo detesta ser marcado."

As equações cosmológicas de Odilon em sua pintura esférica deixam rastros de luz e cor, fundem arte e ciência.São visões emocionais da racionalização científica e das equações matemáticas. Só equações sensitivas e sensuais, como se a pintura fosse pele do ser.

A linguagem não é só universal, mas sim busca ser um signo do universo com a poesia da luz e da cor por debaixo da filosofia do ser e do tempo. O pastel é transparente e permite veladuras e matizes suaves, mas é um pó seco, uma pasta. E se contrapõe à elasticidade do óleo, ao fluídico do óleo. Assim também no universo, há astros de luz própria e outros que refletem as luzes dos primeiros. São belezas diferentes, mas ainda assim belezas.

O universo de Odilon tem mais de um verso.

Alberto Beuttenmuller
Primavera de 1992



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