Não é exatamente novidade para quem acompanha o mercado livreiro, mas é melancólica. Para usar uma palavra antiga, fiquei jururu. Muito antes de virar um minúsculo concorrente, passei anos frequentando a Cultura do Conjunto Nacional, em São Paulo. Morava perto, trabalhava por ali e muitas vezes, quando não havia um happy hour mais animado, parava na Livraria para fuçar um pouco, ver se alguma encomenda havia chegado, conversar uns minutos e sonhar em namorar alguma frequentadora. Depois, lanchinho na Viena e uma pequena caminhada até em casa.
Essa época passou há décadas, saí de São Paulo, voltei a São Paulo, saí de novo e a Cultura sempre lá.
Agora pode acabar de vez. Fim de uma época.
Hoje compramos pela Internet livros BARATOS, com DESCONTOS, as duas palavras mágicas. De quebra, como dano colateral, destruímos nossas cidades, nossos bairros, e perdemos aos poucos a civilidade e a convivência educada e respeitosa que se pratica numa livraria.
E também não uso mais trajes Armani com sapatos Alden.