Tenho que voltar ao tema da Livraria Cultura.
Depois de escrever o textinho sobre seu fechamento, li vários depoimentos e comentários sobre a Cultura. Até que são poucos, considerando-se o tempo que durou, a importância que teve e o significado de seu fim. O fato de serem poucos já diz alguma coisa, especialmente se comparamos com o volume de fofocas sobre o Big Brother...
Textos lamentando, tentando explicar ou simplesmente relatando alguma experiência feliz estão lá, como seria de se esperar. O que me surpreendeu foi a quantidade de ódio que espirrou de muitos artigos. Inveja, despeito e rancor abundam. Afinal, chutar cachorro morto é fácil. Quero ver esses valentes chutarem a Globo...
Entre os odientos há de tudo, todos afetando uma sabedoria superior, claro:
- candidato a escritor que nunca conseguiu colocar um livro lá
- preposto de editora rejeitada
- pretenso moderno apontando o fim do livro (e de toda uma cultura, consequentemente)
- direitista criticando a seleção de livros
- esquerdista acusando a empresa de ser capitalista (me parece que não foi capitalista o suficiente, então)
- esquerdista acusando a empresa de nunca ter se engajado verdadeiramente na causa
- ex-funcionário apontando suposto descaso trabalhista
- ex-candidato a funcionário que nunca conseguiu ser admitido
- conhecido da família controladora que inveja claramente o padrão de vida por eles obtido
- gente comemorando, discretamente, que um judeu quebrou
- interessados no processo tentando influenciar os demais envolvidos
- redatores pagos para atacar a empresa (quem pagou?)
- gênios da administração que certamente teriam salvo a empresa
- mais alguns casos de patologias estranhas...
A virulência e o ressentimento de muitos desses artigos é impressionante, mesmo se desconsiderarmos os mercenários.
Dá o que pensar.