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Diário da Traça

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O Diário da Traça é uma espécie de Twitter privado da Traça - aqui postamos pequenas mensagens sobre o dia-a-dia da empresa, bibliotecas que compramos, novidades do mundo editorial e até alguns de nossos pequenos dramas profissionais.  Uma espécie de balcão de livraria, com aquela conversinha amistosa e simpática.
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03/10/2016 17:41 por Rabujo
Bom mesmo era voar na antiga Ponte-Aérea Rio-SP, nos antigos turboélices Electra da Varig. Os Electras voaram até 1992 e eu passei dois anos na ponte, indo na segunda-feira de manhã para São Paulo e voltando na sexta à noite para o Rio, no último vôo. Os passageiros eram habitualmente os mesmos, havendo uma certa camaradagem e até preocupação quando alguém não aparecia. Geralmente deixávamos os carros estacionados no aeroporto e, às vêzes,  ao chegarmos ao Rio, dali saíamos diretamente para alguma festa, frequentemente juntos. Geralmente éramos figuras dos mercados financeiro e publicitário, incluindo algumas pessoas que depois viraram celebridades, como aquele herdeiro que virou diretor de cinema e que deixava seu Audi RS 4 vermelho no estacionamento do Santos Dumont.

Visto de hoje, o velho Electra era uma maravilha, além de silencioso e de voar mais baixo que os jatos de hoje, tinha poltronas confortáveis e acreditem!, alguns tinham até sala de estar na parte traseira!  Sem falar nas tripulações, velhas conhecidas dos habitués. E tinha aquele comandante, cujo nome me escapa, que, além de fazer um vôo panorâmico sempre que a torre o permitia, tocava o Samba do Avião na chegada...

Em algumas coisas...definitivamente o mundo piorou...

ponte-pp-vjm-clube

ponte-voo-panoramico


03/10/2016 17:41 por Rabujo
Para os eternamente saudosos da Varig, aí vai um mapa do Rio Grande do Sul, de 1939, distribuído aos seus distintos passageiros. Para quem voava na década de 1970 e no início dos anos 1980, e voa agora nas latas de sardinha da Gol e da TAM...dá uma saudade mesmo...

Mapa RS Varig 1939


03/10/2016 17:34 por Marcelo
" "me alcança a faca", pediu ele ao examinar as batatas  empilhadas na pia imunda, "só mais três, o suficiente, liga o fogão?". O outro aproximou o isqueiro sem fluido da boca, perguntando-se o que ele pensaria, pensou em batatas, leite, margarina, sal, purê, assim como a sua barriga flácida, que subia e descia à medida que as batatas eram descascadas, a gordura amorfa, exercendo uma fagocitose inútil, expandindo-se, retraindo-se, utilizando o umbigo como uma boca que morde o nada. "Ele está me reparando" pensou ele, deixando a faca bem próxima da ...."

(de "Ninguém Cozinha Para o Coronel" de Pedro Malamado , Rio de Janeiro, 1975)

03/10/2016 16:50 por Bárbara
Uma dica para quem está ficando sem espaço para os livros: O sótão também é uma opção!
biblioteca sótão

03/10/2016 09:28 por William
"Todas as manhãs do mundo jamais voltarão"

Pouco conhecido do público, Monsieur de Sainte-Colombe (1640-16936) foi um afamado compositor francês do período barroco. Tocador da viola de gamba, é creditado a ele o acréscimo da sétima corda ao instrumento, permitindo constrastes sonoros capazes de exprimir desde o derradeiro suspiro da velhice a alegria ingênua do riso de uma criança. Pouco se sabe de sua biografia, mas suas obras permancem envoltas pelo virtuosismo e profundidade de um artista que realmente viveu de todo o seu trabalho. St. Colombe viveu recluso, recusando inclusive a tocar na corte do rei Luis XIV, mantendo assim sua integridade artística. Um belíssimo filme que retrata sua história ficcionada é "Tout Le Matin Du Monde", tendo no elenco, Gerard Depardieu como Marin Marais (outro destaque na viola de gamba e pupilo de St. Colombe), Jean-Pierre Marielle e Anne Brochet. Imerso em mistério, essa história representa muito bem como a linguagem musical transmite elementos da vida psíquica que não cabem no formato padrão das palavras, e podem nos levar a loucura quando não encontram a via de espressão necessa?ia para sua vazão.

30/09/2016 15:05 por William

   A Mosca Burroughiana voa rapidamente de livro em livro lendo alguns trechos para não ser esmagada por um virar de página. O rechaço dos humanos, cachorros, entre outros, a fez passar por uma profunda crise depressiva da qual ela tem se reerguido aos poucos através da descoberta da leitura. Foi ao acaso essa descoberta. Uma mutação genética iridesceu as 4.000 estrias de seus olhos provocando a compreensão imediata dos símbolos e seus significados em qualquer língua. Depois de um lanchinho ela se higieniza com toda a doçura e delicadeza limpando as patinhas e as asinhas e parte em busca de novas aventuras literárias. A leitura tem de ser rápida; raramente ela possui mais de 3 segundos para ler, a não ser quando porventura algum livro é esquecido aberto em cima da mesa. Ela pouco sabe da proveniência dos textos, lendo o que lhe é permitido pela própria vida. A sua memória é um imenso mosaico, uma miscelânea de palavras/momentos enredados no fio de sua própria história. Uma sequência meio ilógica de acontecimentos na qual  a consciência vai voando sem direção, ou melhor, a cada instante vai encontrando uma direção diferente.

30/09/2016 10:36 por Marcelo
"uma canção desesperada que grudasse no mundo como Napalm, tocou na rádio, às 18hs, de uma sexta-feira, derretendo aqueles que estavam ao seu alcance.

Às 19hs, tudo era vermelho e as ondas do rádio..."

(das "Transmissões de Guerra" de Pedro Malamado, Matamata, 2015)

30/09/2016 10:35 por Bárbara
O BuzzFeed, como de costume, fez uma seleção de imagens com várias mini bibliotecas de livros muito carismáticas! Cada uma com seu critério de organização: cor, título, autor, afeição ou tamanho. Inspirem-se!

29/09/2016 17:35 por Marcelo
Passando por aqui uma primeira edição de bolso, de 1947, em francês, do livro "A Peste" de Albert Camus!

29/09/2016 15:44 por Marcelo
"Qual é a definição da personagem para o artista? Talvez ele não se baseie nas condições definitivas às quais se apoiam os homens das ciências mais, digamos, "duras". Não é necessário ao artista mil explicações para que haja uma ligação que providenciará ao criador uma breve e profunda imersão na personagem.

Esta ligação é, antes de tudo, baseada na capacidade de alteridade e empatia do artista, antes de resoluções demasiadamente racionais, que poderiam servir de bases concretas aos homens das ciências - que não se entregam salvo se tiverem motivos suficientes para tal.

Enfim, em poucas palavras, podemos afirmar que em um caso prepondera um certo tipo de ligação mais afetiva do que no outro, e isto parece ser um caso que se agudiza nos nossos tempos, visto a incessante tentativa da Academia de retirar todo e qualquer vestígio de paixão de suas obras, ainda em busca de um objetivismo caduco e sem graça.

Cabendo a nós, como homens das artes e da razão, uma tentativa de infiltração na hipocrisia cristalina das palavras corretas, descorrigir o erro. "

(das "Observações Acadêmicas Parisienses " de Pedro Malamado, Paris, 1865)

29/09/2016 15:29 por Douglas
"Renato Russo era mais filosófico do que Raul Seixas" ouvi hoje,  o que me deixou perplexo, desde então não sosseguei, precisava escrever sob pena de digitalizar capas de livros de cabeça pra baixo, senão a contracapa.

"Gosto não se discute", a máxima da sabedoria popular é, em parte, verdadeira. O agrado ou desagrado que determinada afecção causa no sujeito é subjetiva, como disse Kant, logo os juízos de gosto (os juízos estéticos) são subjetivos, ainda que tenham a aspiração a se tornar universais: "Beethoven é o melhor! ponto final..."
Mas não se pode confundir gosto com certas propriedades qualitativas: que alguém prefira carmenere ou vinho rose a cabernet sauvignon, isso é o seu gosto. Outra coisa é reconhecer as diferenças objetivas entre tais vinhos.
Raul Seixas é filosófico porque pensa em abstrato, suas reflexões visam atingir a xincha das coisas, o frigir dos ovos, ele contempla o mistério do ser: o nome disso é Metafísica. Renato Russo é afetivo, escreve inspirado na sensibilidade emotiva. Procura incessantemente a sua concepção de Justiça, mas a toma como dada, como um "dado", é assim, um moralista, um defensor de uma determinada concepção ou sistema ético; Raul Seixas problematiza a Ética, atingindo a indagação Metaética.
Talvez Renato Russo até seja mais culto que o Maluco Beleza, como dizia Raulzito: "Eu vejo os livros na minha instante, que nada dizem de importante, servem só pra quem não sabe ler". Talvez, porque quando Renato Russo estava indo, Raul já estava voltando (isso sim é mera opinião pessoal). Raul Seixas tinha pendores místicos, é verdade, mas o místico não deve ser confundido com o supersticioso, o primeiro segue a trilha da intuição, é pessoal e intransponível (como dizia Wittgenstein: "Sobre aquilo que não se pode falar, deve-se calar"), o segundo precisa sempre de um charlatão. Nada que o místico intui é sobrenatural ou além-mundo, é apenas uma via mais direta, porque intuitiva, que o caminho discursivo e silogístico da razão. Raul Seixas, assim como Fernando Pessoa, Jung e o supracitado Wittgenstein, entre inúmeros outros, apenas encontraram no Oculto como que matéria prima para suas inteligências abstratas e profundamente filosóficas.

29/09/2016 09:58 por William
Agora pego
Um caminhão na lona
Vou a nocaute outra vez
Pra sempre fui acorrentado
No seu calcanhar
Meus vinte anos de boy
That's over, baby!
Freud explica

"Chão de Giz" - Zé Ramalho


O mundo tá pequeno pra nós dois, vamos pra lua
E lá a gente vai poder fazer amor no meio da rua

Só Freud explica se é loucura sonhar
Só Freud explica se um dia vou te encontrar
Só Freud explica como chegar lá
Aqui não quero mais ficar

"Só Freud Explica" - Wesley Safadão

Freud está impregnado na cultura e no imaginário popular, muito além da psicanálise. Acredito que o Zé Ramalho na época que escreveu Chão de Giz estava apaixonado por uma mulher mais velha (Complexo de Édipo talvez?), enquanto o WS deve ter estudado Psicologia ou algo assim. O fato é que por mais que as teorias freudianas atualmente estejam sendo contestadas e até mesmo descartadas, o ato inicial de ouvir o inconsciente humano e estabeler bases concretas para elementos que até então só cabiam as superstições explicar foi um grande marco para o avanço dessa ciência. Para quem nunca leu ou se interessou por essa figura, fica a dica; Freud quase ganhou um prêmio Nobel por Literatura ( já que a Psicologia não existia até então), só perdendo para Eugene O'Neil, ou seja, sua escrita é elegante além de seu conteúdo doentio, cujo argumento usado pelo comitê que outorga o prêmio diria: "sua mente é tão doente quanto a de seus pacientes."

28/09/2016 16:43 por William
A carne in vitro poderá ser uma solução para o consumo desenfreado deste item básico na nutrição da sociedade? Será mais sustentável? Vegetarianos, veganos e afins comerão essa carne sem vida? Penso em várias dessas questões e é encantador saber o quanto avançamos tecnologicamente. Atualmente o processo envolve crueldade. A cultura de céululas é muito dispendiosa e neste caso específico, o soro fetal de bovino envolve um processo invasivo e doloroso para os animais. De qualquer maneira é incrível constatar do que somos capazes, tanto quanto impulso criador e ao contrário também.

28/09/2016 10:47 por Rabujo
Mais alguns belos cartões-postais antigos chegando na Traça! Vejam os exemplos abaixo:

nyasaland

salon marine paris 1944

salon marine paris 1944

27/09/2016 12:56 por Rabujo
Nós, habitantes do século 21, tendemos a acreditar que certas coisas são próprias desta época. Marketing, patrocínios e publicidade onipresente, por exemplo. Mas não é bem assim! Vejam esse boletim escolar dos anos 50 do século passado, patrocinado por um banco...

boletim escolar sulbanco

boletim escolar sulbanco

27/09/2016 12:23 por Rabujo
Pois é, estamos tocando um projeto bacana que envolve ensino da Matemática (e não só Matemática). Mais detalhes...só no ano que vem...

27/09/2016 11:22 por Francisco
Acabou a matemática!

(incrivelmente, essa frase tem um efeito tão bom em meu ser até hoje, desde quando era aluno no colégio).

27/09/2016 11:22 por Vera
Durante exatamente duas semanas a equipe do cadastro se dedicou a cadastrar uma biblioteca especializada em Matemática e afins, cerca de 3.800 livros. Mas, não se alegrem os matemáticos, este acervo é para outros fins que não a venda....

27/09/2016 11:17 por Marcelo
"O chamado da morte é também o chamado do amor, A morte se torna doce quando a consentimos, quando a aceitamos como uma das grandes, eternas formas da vida e da transformação"

(de  "Quem pode amar é feliz" de Herman Hesse)


"É doce morrer no mar."

Dorival Caymmi

26/09/2016 15:29 por Marcelo
" Não havia sido assim desde o início? Um passo calculadamente atrás do outro, porque espatifaria-se no passo mais largo que a perna? Entrou na casa escura e dirigiu-se ao quarto dos fundos, o odor pestilento de imobilidade e putrefação preenchia seus alvéolos e, para sua surpresa, deliciava-se, forçava seu diafragma como antes de um mergulho profundo, tentando levar consigo o máximo daquele ar pestilento, que de quente e antigo: embaçado, amarelo como sóis, os postes mistificavam-se ao meio de estrelas negligenciadas, ao fundo, a maçaneta engordurada, as paredes emboloradas do seu quarto e o nítido cheiro de morte, adiantando-se ao fim."

(do "Pequeno Manual de Implementação de Seitas Simbolistas em Sociedades de Dandismo Tardio"  de Pedro Malamado, Oslo, 1954)

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