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Diário da Traça

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O Diário da Traça é uma espécie de Twitter privado da Traça - aqui postamos pequenas mensagens sobre o dia-a-dia da empresa, bibliotecas que compramos, novidades do mundo editorial e até alguns de nossos pequenos dramas profissionais.  Uma espécie de balcão de livraria, com aquela conversinha amistosa e simpática.
Exibindo itens de 2321 a 2340 de 3700
05/12/2016 10:25 por Rabujo
Pois ontem eu e dona Traça fomos ao cinema assistir ao filme A Chegada. É um filme de ETs, embora não no formato clássico, e brinca com a idéia de que se pode viajar no tempo, ou, ao menos, a informação pode viajar. Meio confuso, talvez a idéia seja a de um tempo não linear, que faz umas voltinhas e retorna ao início...não entendi bem...

Mas isso não interessa tanto. No filme, os ETs têm sete patas!  Ora, a Traça original, como desenhada por Luis Fernando Verissimo também tem sete patas. Podemos concluir, então, que a Traça é um ET...ou talvez os ETs sejam Traças...

Isto está meio complicado, me lembra aquele lógico do Ionesco (O Rinoceronte): se tirarmos uma pata a um gato, ele ainda será um gato? Ou algo do tipo, ainda é cedo na segunda-feira e não acordei bem...

05/12/2016 09:56 por William





Na lucidez da manhã
com olhos remelentos de sonho
aprendo morosamente
a amar.

Sensivelmente tocado
pela beleza em toques de orvalho
e relva.

Como se uma fina película invisível
recobrisse o mundo,
mais transparente
que o vidro.

E tão límpida
quanto a lágrima.




William Osmarin


05/12/2016 09:18 por Vera
Ferreira Gullar morre aos 86 anos no Rio de Janeiro

Poeta, escritor e teatrólogo foi um dos maiores autores brasileiros do século 20. Ele foi eleito 'imortal' da Academia Brasileira de Letras em 2014. Ferreira Gullar nasceu em São Luís, em 10 de setembro de 1930, com o nome de José Ribamar Ferreira. Fez parte de um movimento literário difundido através da revista que lançou o pós-modernismo no Maranhão, A Ilha, da qual foi um dos fundadores. Até sua morte, muitos o consideravam o maior poeta vivo do Brasil e não seria exagero dizer que, durante suas seis décadas de produção artística, Ferreira Gullar passou por todos os acontecimentos mais importantes da poesia brasileira. Morando no Rio de Janeiro, participou do movimento da poesia concreta, sendo então um poeta extremamente inovador, escrevendo seus poemas, por exemplo, em placas de madeira. Recebeu muitos prêmio literários e sua bibliografia é extensa.


02/12/2016 09:45 por Marcelo
Sobre o conhecimento através da Literatura e o local do mesmo nas Relações Internacionais




Segundo uma manchete de Facebook, a literatura (ficção) não pode acrescentar nada aos nossos conhecimentos. Estes só seriam encontrados em textos de não-ficção, acadêmicos, de preferência.

Não é de se estranhar tal postura, visto o preconceito geral da Academia com textos que fogem da sua égide. Tampouco é estranho o fato de que para muitos ainda exista uma grande diferença entre textos de não-ficção e de ficção, visto o mito da objetividade e da positividade da linguagem ser defendido pelos cavalheiros da erudição semi-cerrada (ou seja, daqueles que recebem convites para simpósios, semanas acadêmicas, bancas. "Semi" porque "qualquer" um pode chegar a seus níveis, depois de uma vida de repetições, falta de originalidade e rigidez criativa).

Tal postura, realmente, não é estranha. Vista sob a ótica das Relações Internacionais, nada mais é do que a defendida  pelos policy-makers, altos executivos, economistas, etc. só não é a da população.

Em geral, as populações são medidas por quantidades, divisões étnicas, raciais, históricas, religiosas ou políticas, enfim, a humanidade aparece em escalas macro, em textos em que a especificidade científica não transparece a especificidade de sua formulação, convenientemente entre as muralhas dos cânones acadêmicos.

Como as Relações Internacionais são, por excelência, o estudo de como as nações interagem entre si, é difícil encontrar debates nos quais se leve em consideração a Literatura (ficção). A maioria dos estudiosos descende da mesma opinião do autor da manchete do Facebook: tais leituras serviriam somente à recreação, ao lazer, não sendo transmissoras de conhecimento.

É estranho que depois de milênios, não sejam considerados, por tais autores, livros "fantásticos" como a Bíblia ou o Alcorão, definidores por excelência da configuração do sistema internacional atual. São livros que carregam consigo histórias, que por muitos são aceitas como não-ficção. Talvez o autor da manchete reze um pai-nosso ao deitar...

Mas não convém entrar no mérito religioso.

Como uma pessoa da América do Sul pode exercitar sua capacidade de alteridade com uma pessoa alemã, por exemplo? Como uma pessoa de determinada classe social vive o que é ser de outra? Devemos rechaçar a possibilidade dela se pôr no lugar de outra através da leitura? Como se comportam os chineses? É somente através do estudo científico que isto nos aparece? Lógico que não.

Através da literatura  temos a possibilidade de entrar em contato com o que outra pessoa experimentou, vivenciou e comunicou. É um local privilegiado para o encontro, não para o distanciamento. Não é preciso erudição para entender o que é "fome", "amor",  e outros aspectos da condição humana, como outra pessoa ( ou personagem) se relacionou com a própria vida (ou narrativa), mas isto não importa a quem a vida de milhões se resume a números. Não convém a uma disciplina de Relações Internacionais para os poderosos. 



02/12/2016 09:27 por Rabujo
No próximo dia 7 de dezembro acontecerá o leilão Bonhams de História da Ciência e Tecnologia, onde estarão à venda preciosidades como a primeira edição de A Origem das Espécies de Darwin e uma máquina nazista de criptografia Enigma. Siga o link e veja outros itens que eu gostaria de colocar em minha biblioteca...

bonhams 2017 Darwin



01/12/2016 14:30 por William
Tão leve, tão leve...


como uma pluma em Júpiter.




William Osmarin

01/12/2016 14:29 por William





Quando as circunstâncias
são tão deprimentes que nos impedem
de tecer comentários,
é fácil cair na areia movediça
do silêncio, tentando puxar a si mesmo
do inelutável final.

Os versos se fazem
desesperadamente necessários
enquanto nos engasgamos com
o próprio sangue...

As verdades da dor
ultrapassam o que há de
mais verdadeiro
(o universo torna-se
   pequeno, tão pequeno
     e menor do que a cabeça
             de uma agulha)

Impossível acreditar até
que somos feitos da mesma carne
e respiramos o mesmo ar
(como pode que esta mão
   tão capaz do carinho
     mais terno seja também
       a do holocausto?)

O estômago se insurge.
Desvio do próximo passo.
O coração acelera.
Penso pra me salvar da vida.
Enlouqueço pra me salvar do banal.
E sinto medo, muito medo, do pânico
   e da ignorância bruta.

Mas sou grato, grato e grato
por poder dar a essa angústia
o alento de um fado e criar beleza
com a mesma determinação das rochas
espremido até a alma pelo tempo.

William Osmarin

01/12/2016 10:52 por William

  Quando Miguel Babits foi questionado sobre qual poema norueguês detinha o baluarte da potência poética de sua nação, este respondeu:
- "Ode ao Vento do Oeste".
Curiosamente o poema pertence a Percy Bysshe Shelley, um poeta romântico inglês. Estranho? Plausível eu diria, afinal de contas, a tradução para o norueguês por Adep Toth é um marco literário na capacide de aproximação e renovação dos sentidos do poema. Mas, em poesia, é impossível traduzir o que um poeta disse. No máximo, podemos tentar traduzir o que ele tentou dizer.

 

30/11/2016 12:10 por Marcelo
    A secretária entrou no escritório branco e deixou uns papéis em cima da mesa:
    - Presente do chefe, disse ela.
    Do outro lado do corredor, a seção de textos inteligentes estava impaciente: só ele não enviara até às 11h.
    O ventilador continuava o movimento, levantando suavemente a  folha quase em branco, onde se lia apenas uma palavra: "Inteligência".
     Precisava de um texto inteligente, leve, fluido, que captasse a atenção do leitor em uma frase. Seria enriquecedor e, ao mesmo tempo, um grito de alento àquelas mentes desesperançosas que circulavam pelas ruas. Um texto tão inteligente que pudesse ser lido por todos e revolucionasse a todos.
    Ele ergueu a caneta preta e começou a escrever: "Inteligência. Goiabada.".

Marcelo Valadão

30/11/2016 11:01 por Vera
Muitos livros de gastronomia entrando em nosso site, com a aproximaçao das festas de final de ano é uma uma pedida. Material muito bom com receitas de todos os tipos, desde pratos sofisticados até o doce mais simples.

29/11/2016 17:50 por Francisco
Não sou, nem nunca fui grande fã de futebol, porém hoje o dia foi carregado com um peso imensurável da tragédia que levou o time intreiro, praticamente, do Chapecoense à morte. Realmente uma tragédia, além dos mortos, famílias, filhos, filhas, esposas, mães, pais, tios, tias, avós, avôs, irmãos e irmãs foram massacrados e escarificados para sempre. Presto condolências e homenagens pela equipe de cadastro da Livraria Traça aos que se foram.

29/11/2016 17:48 por William





O ALBATROZ



Às vezes, por prazer, os homens de equipagem
Pegam um albatroz, enorme ave marinha,
Que segue, companheiro indolente de viagem,
O navio que sobre os abismos caminha.

Mal o põem no convés por sobre as pranchas rasas,
Esse senhor do azul, sem jeito e envergonhado,
Deixa doridamente as grandes e alvas asas
Como remos cair e arrastar-se a seu lado.

Que sem graça é o viajor alado sem seu nimbo!
Ave tão bela, como está cômica e feia!
Um o irrita chegando ao seu bico um cachimbo,
Outro põe-se a imitar o enfermo que coxeia!

O poeta é semelhante ao príncipe da altura
Que busca a tempestade e ri da flecha no ar;
Exilado no chão, em meio à corja impura,
As asas de gigante impedem-no de andar.


Charles Baudelaire

29/11/2016 17:47 por Bárbara
Algum fã de Doctor Who por aqui?
police box

29/11/2016 17:47 por William
meu olhar de cinema faz de tudo uma cena;
para captar no voo o rebuliço da pena...




William Osmarin

29/11/2016 09:25 por Marcelo
Como uma pedra atirada que não quebra vidraça
Escolha a palavra inócua, combine com uma flor
Rime na medida, espere a última frase para matar
Não ondule as águas, não perturbe as profundezas
Erga uma parede semântica, diga "hermetismo"
Escolha as cores vivas, decore o poema morto
Alto contraste, arraste a imagem pela cidade
Na cidade diga algo como:

"Gostaria de ter amado
Amando era gostoso
Se amado outrora
Hoje sou desditoso

Na cortina o incenso permanece
No verde do tapete ainda estão seus pés

A porta nunca mais fechou,
Você levou os parafusos da fechadura.

Tudo que resta é uma pobre criatura
Aquela que você abandonou"

Torça para que suas palavras se propaguem
Não abuse da sorte,
Não revele a chave,
Faça uma oficina de escrita criativa,
Escreva conforme as lições.


(de "Meditações sobre a Palavra Poético/Comercial" de Elisabeth Tavares Arsênico, Porto Alegre, 2016)

Marcelo Valadão ( seleção)




28/11/2016 18:10 por Francisco
Há alguem que escrevia nas folhas de rosto dos seus livros o que ele pensava sobre a obra assim que a terminava de ler... Estou para ver cada mania ainda mais doida que a outra...

25/11/2016 15:46 por Bárbara
Praticamente sábado de novo e o que seria melhor do que passar o quente final de semana com uma gelada jarra de suco natural (e tererê, pra quem não é gaúcho rs) num lugar como este?

Janela

25/11/2016 15:46 por William






As ondas


Adentro no mar
e cada vez mais
as ondas arrebatam
este corpo frágil
como se fosse um
 galho seco.

A leveza da água ludibria
a carne.
A espuma acaricia
com segundas intenções.

Mas o horizonte não mente;
azul, profundo e repleto de
histórias de eternidades escondidas
numa concha, ele atrai em mim algo a mais.

"Há um continente mais adiante
me convidando a navegar"

Uma linguagem de fim de tarde.
Um poente oceano.

E minha pele salgada
dessas lágrimas
celestes.



William Osmarin




25/11/2016 12:15 por Marcelo
"...25 de novembro, dia aziago, mesmo assim murmurou as palavras no meio dia, duas vezes, três ..."

(das "Operações Místicas de Corações Separados", de Pedro Malamado, 1940)

Marcelo Valadão (seleção)

24/11/2016 14:16 por Marcelo
Conseguesir, deixafi, outras
medidas para o caso do imo
bilismo da palavridade, até
brincar, fixar, desistir, desco
meçar, nomerrar: navegasos
do sempoente equivocado.

Marcelo Valadão

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