Em 1848 morria aos 80 anos, o artista francês responsável pelos primeiros registros visuais do Brasil no começo da colônia portuguesa:
Jean-Baptiste Debret.
Originalmente um engenheiro contratado pela monarquia durante a Revolução Francesa, Debret, depois da queda do absolutismo, voltou-se à pintura neoclássica e posteriormente iria dedicar-se à representar o império francês e encontra o que viria a ser o tema principal de suas obras: Napoleão.
Com a derrota de Napoleão em 1815, como o império financiava ajudava a desseminar a arte neoclássica, Debret ficou em uma situação não muito favorável, assim foi convidado para uma missão de artistas franceses que rumavam à Rússia a pedido do Czar Alexndre I, mas, paralelamente, se aprontava em Paris a missão para ir ao Brasil, chefiada por Joachim Lebreton,
por solicitação de
Dom João VI. Debret escolhe vir ao Brasil.
No Brasil, Jean-Baptiste retratou o funeral da Rainha e a aclamação do novo monarca da Corte, o que lhe dá rápida penetração na corte em solo brasileiro.
Instalou-se no Rio de Janeiro e, a partir de 1817 passa a ministrar aulas de pintura em seu
ateliê. Em 1818, colabora na decoração pública para a aclamação de
D. João VI. Em 1826 é professor de pintura histórica na Academia Imperial de Belas Artes alternadamente com viagens por várias cidades do país, onde retrata tipos humanos, costumes e paisagens locais
e desenhou desde uniformes e trajes de
gala da corte, até iluminuras de diplomas, insígnias e cenografia de teatro. Em 1828, Debret passou a dirigir a Academia
e em 1829, onde organizou a
Exposição da Classe de Pintura Histórica da Imperial Academia das Bellas Artes, primeira mostra pública de arte no Brasil.
Em 1830, foi escolhido membro correspondente da Academia das Belas Artes do Instituto de França.
Deixa o Brasil no ano seguinte, alegando problemas de saúde, voltando para Paris para publicar a sua Magnum Opus:
Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil. O livro é dividido em 3 tomos: no primeiro, de 1834, estão representados
índios, aspectos da mata brasileira e da vegetação nativa em geral. O segundo tomo, de 1835, concentra-se na representação dos
escravos
negros, no pequeno trabalho urbano, nos trabalhadores e nas práticas
agrícolas da época. Já o tomo terceiro, de 1839, trata de cenas do
cotidiano, das manifestações culturais, como as festas e as tradições
populares.
