Encontramos coisas em livros velhos: principalmente insetos mumificados, claro, mas também manchas de sangue, flores secas prensadas, bilhetes velhos de ônibus, listas de compras, fichas de embarque, orçamentos de consertos a serem feitos, contas de açougue, marcadores de página de livros anunciando seguros de vida, festivais de arte e livrarias e alguns chegam a chamar o leitor para a fé e o arrependimento...
Muitos livros velhos vêm de casas de fumantes inveterados; sempre que, por exemplo, abro o meu exemplar do livro do padre Copleston sobre Nietzsche, sinto-me como um ser liliputiano que subitamente caiu num cinzeiro brobdingnagiano, de tão forte que é o cheiro de tabaco velho, muito velho.
Contudo, de todos os objetos encontrados em livros, talvez o mais interessante, o mais estimulante para a imaginação, sejam as cartas...