Caem as folhas mortas sobre o lago;

Na penumbra outonal, não sei quem tece

As rendas do silêncio… Olha, anoitece!

- Brumas longínquas do País do Vago…

Veludos a ondear… Mistério mago…

Encantamento… A hora que não esquece,

A luz que a pouco e pouco desfalece,

Que lança em mim a bênção dum afago…

 

Outono dos crepúsculos doirados,

De púrpuras, damascos e brocados!

- Vestes a terra inteira de esplendor!

 

Outono das tardinhas silenciosas,

Das magníficas noites voluptuosas

Em que eu soluço a delirar de amor…

Florbela Espanca

Ainda sobre o Dia internacional da Mulher e sobre as grandes escritoras, hoje trazemos uma listinha um tanto quanto "Nobel".

O Prêmio Nobel de Literatura, é concedido anualmente desde 1901 (com alguns anos falhos). É atribuído a autores de qualquer nacionalidade, premiando aquele que tenha produzido o mais magnífico trabalho na literatura. É avaliado a obra inteira de cada escritor, seus principais livros, sua mentalidade, estilo e filosofias, sem distinção de um título em particular.

Agora, em 116 anos de premiação, quantas escritoras receberam essa premiação? Apenas 13! A primeira em 1909 e a última em 2015.

Nos links da lista abaixo alguns títulos disponíveis no nosso acervo!

1909 - Selma Lagerlöf (Suécia)
1926 - Grazia Deledda (Itália)
1928 - Sigrid Undset (Noruega, nascida na Dinamarca)
1938 - Pearl S. Buck (Estados Unidos)
1945 - Gabriela Mistral (Chile)
1966 - Nelly Sachs (Suécia, nascida na Alemanha)
1993 - Toni Morrison (Estados Unidos)
1996 - Wislava Szymborska (Polônia)
2004 - Elfriede Jellinek (Áustria)
2007 - Doris Lessing (Reino Unido, nascida na Pérsia)
2009 - Herta Müller (Alemanha, nascida na Romênia)
2013 - Alice Munro (Canadá)
2015 - Svetlana Alexijevich (Bielorússia)

Fontes: O Livro de Marcar Livros e Wikipédia

Mensagem recebida hoje dos Correios:

Hojé é comemorado o Dia Internacional da Mulher, dia não só de "parabenizá-las" mas também (como em todos os outros 364 dias do ano) respeitá-las e valorizar o seu trabalho.

Você sabia que antigamente muitas escritoras usavam nomes masculinos para poder publicar suas obras? E não só as estrangeiras, aqui no Brasil temos como exemplo Maria José Dupré, que publicava em nome de seu marido.

Nos links abaixo temos alguns exemplos de escritoras brasileiras para conhecer suas obras e ideias, confira:


- Adélia Prado
- Carolina de Jesus
- Cora Coralina
- Clarisse Lispector
- Rachel de Queiroz
- Hilda Hist
- Lygia Fagundes Telles
- Zélia Gattai
- Cecília Meirelles
- Nélida Piñon
- Ana Maria Machado
- Thalita Rebouças
- Lya Luft
- Martha Medeiros

Hoje é lembrado o tratado histórico: Paz de Poncho Verde. Assinado por Duque de Caxias, esse tratado importante marca a data de hoje como o fim da Revolução Farroupilha, em 1845. Dentre outras determinações, o tratado fez com que os territórios combatentes voltassem a ser incorporados ao Império do Brasil de Dom Pedro II, sendo eles a República Rio-Grandense (ou o Rio Grande do Sul) e a República Juliana (atual Estado de Santa Catarina). O tratado possui esse nome pois foi assinado onde hoje é o município de Dom Pedrito, esse sendo reconhecido pelas suas campinas verdes e recebendo a alcunha de a cidade da paz.

Panfleto de um antigo livreiro portoalegrense, encontrado dentro de um dicionário da época. Acreditamos que seja da década de 1940.

OSCAR 2018: DAS PÁGINAS PARA AS TELAS



Você sabia que entre os indicados ao Oscar 2018 há várias adaptações de livros? São quase 20 títulos que saíram das prateleiras direto para as telas do cinema e você encontra o trabalho desses escritores na livraria Traça! Confira a lista:

Mudbound - Lágrimas sobre o Mississippi (imagem acima), que concorre nas categorias de melhor roteiro adaptado, melhor atriz coadjuvante, melhor fotografia e melhor canção é baseado no livro de Hillary Jordan.

O destino de uma nação (indicado para Melhor Filme, Melhor Ator e em outras 3 categorias técnicas), leva o mesmo nome do livro de Anthony McCarten, que fala sobre como Churchill desistiu de um acordo de paz para entrar em guerra contra Hitler. O filme Extraordinário, baseado no livro homônimo sucesso de vendas da autora R. J. Palácio, também foi indicado na categoria de Melhor Maquiagem.

Concorrendo em 4 categorias técnicas, o filme Star Wars - Os últimos Jedi fez o caminho inverso e foi das telas para os livros. Algumas edições desse clássico da ficção científica também estão disponíveis na Livraria Traça. O filme A forma da Água, do diretor Guillermo del Toro teve seu enredo expandido em livro lançado recentemente com o mesmo título. O filme está na disputa em várias categorias, entre elas a de Melhor filme e de Melhor roteiro original.

Outros filmes adaptados de livros que podem receber uma estatueta no Oscar deste ano são Victoria & Abdul, Me chame pelo seu nome, A grande jogada, Todo dinheiro do mundo, The Disaster, Blade Runner, O touro Ferdinando, Dear Basketball, Revolting Rhymes, A Bela e a Fera, Logan, Planeta dos Macacos e A outra face.

Hoje é lembrado o aniversário da publicação de um dos mais importantes (falando no caráter influenciável) tratados políticos da história humana, em 1848 era publicado pela primeira vez na Alemanha, o Manifesto Comunista, por Friedrich Engels e Karl Marx. Há exatos 170 anos, o manifesto (originalmente conhecido como Manifesto do Partido Comunista) foi comissionado durante a chamada Primavera dos Povos ou as Revoluções de 1848, que foram uma série de revoltas na Europa Central e Oriental que ocorreram por regimes autocráticos, crises econômicas, pioras nas condições econômicas-sociais, falta da representatividade das classes baixas, origem do nacionalismo e fracassos em tentativas de reformas políticas e econômicas. O Manifesto foi a plataforma da Liga dos Comunistas, originalmente na Alemanha, posteriormente vindo a ser internacional, que era uma associação de trabalhadores, onde os autores defendiam a reinvidicação de reformas sociais, como a diminuição da jornada diária de trabalho de doze para dez horas e o voto universal, embora só para os homens.

Confira nosso acervo aqui para adquirir um exemplar.

2 ANOS SEM UMBERTO ECO

Nascido em Piemonte, na Itália, em 5 de janeiro de 1935, Umberto Eco começou sua carreira como filósofo e semiólogo. Suas pesquisas resultaram no livro de ensaios Apocalípticos e Integrados, que trata sobre a cultura de massa durante a ascensão tecnológica do século XX.

Além de teórico, Eco também atuou na comunicação de forma prática, trabalhando em programas culturais da emissora de televisão RAI. No entanto, foi através da literatura que ele ficou conhecido mundialmente, sendo autor de romances históricos como O nome da rosa, com uma narrativa repleta de mistérios, símbolos secretos e manuscritos codificados.

Em uma de suas passagens em O nome da rosa, Eco faz uma observação sobre como deve ser a relação do leitor com um livro: "os livros não são feitos para que alguém acredite neles, mas para serem submetidos à investigação. Quando consideramos um livro, não devemos perguntar o que diz, mas o que significa”.

Eco faleceu em Milão, em 19 de fevereiro de 2016, mas sua obra se mantém viva e o acervo da livraria Traça conta com diversos títulos do autor. Confira aqui.

VAMOS REFLETIR?

Lya Luft nos presenteia com mais uma crônica linda e reflexiva! Vale a leitura.

“Mês passado participei de um evento sobre as mulheres no mundo contemporâneo.

Era um bate-papo com uma plateia composta de umas 250 mulheres de todas as raças, credos e idades.

E por falar em idade, lá pelas tantas, fui questionada sobre a minha e, como não me envergonho dela, respondi.

Foi um momento inesquecível… A plateia inteira fez um ‘oooohh’ de descrédito.

Aí fiquei pensando: ‘pô, estou neste auditório há quase uma hora exibindo minha inteligência, e a única coisa que provocou uma reação calorosa da mulherada foi o fato de eu não aparentar a idade que tenho? Onde é que nós estamos?’

Onde, não sei, mas estamos correndo atrás de algo caquético chamado ‘juventude eterna’.

Estão todos em busca da reversão do tempo.

Acho ótimo, porque decrepitude também não é meu sonho de consumo, mas cirurgias estéticas não dão conta desse assunto sozinhas.

Há um outro truque que faz com que continuemos a ser chamadas de senhoritas, mesmo em idade avançada.

A fonte da juventude chama-se mudança.

De fato, quem é escravo da repetição está condenado a virar cadáver antes da hora. A única maneira de ser idoso sem envelhecer é não se opor a novos comportamentos, é ter disposição para guinadas.

Eu pretendo morrer jovem aos 120 anos. Mudança, o que vem a ser tal coisa?

Minha mãe recentemente mudou do apartamento enorme em que morou a vida toda para um bem menorzinho. Teve que vender e doar mais da metade dos móveis e tranqueiras, que havia guardado e, mesmo tendo feito isso com certa dor, ao conquistar uma vida mais compacta e simplificada, rejuvenesceu.

Uma amiga casada há 38 anos cansou das galinhagens do marido e o mandou passear, sem temer ficar sozinha aos 65 anos. Rejuvenesceu.

Uma outra cansou da pauleira urbana e trocou um baita emprego por um não tão bom, só que em Florianópolis, onde ela vai à praia sempre que tem sol. Rejuvenesceu.

Toda mudança cobra um alto preço emocional. Antes de se tomar uma decisão difícil, e durante a tomada, chora-se muito, os questionamentos são inúmeros, a vida se desestabiliza. Mas então chega o depois, a coisa feita, e aí a recompensa fica escancarada na face.

Mudanças fazem milagres por nossos olhos, e é no olhar que se percebe a tal juventude eterna.

Um olhar opaco pode ser puxado e repuxado por um cirurgião a ponto de as rugas sumirem, só que continuará opaco porque não existe plástica que resgate seu brilho. Quem dá brilho ao olhar é a vida que a gente optou por levar.

Olhe-se no espelho…”

“CONHECE-TE A TI MESMO...
...E conhecerá todo o universo e os deuses”. Essa máxima da filosofia grega gravada no templo de Délfos, na Grécia, convida o indivíduo a ir em busca de respostas através do autoconhecimento.

Para quem procura momentos de reflexão, trazemos uma ótima notícia: a livraria Traça adquiriu recentemente mais de 3 mil títulos, todos voltados à busca por sabedoria e aprimoramento pessoal. Os títulos são diversificados, desde abordagens sobre programação neurolinguística, relações interpessoais, competências profissionais a temas relacionados ao desenvolvimento pessoal.

Dentro de alguns dias as obras estarão disponíveis no acervo da livraria Traça. Não perca essa oportunidade!

PARA ENTENDER O CARNAVAL

No livro “O que faz o brasil, Brasil?”, o antropólogo Roberto DaMatta faz um retrato sobre as manifestações culturais características da nossa nação. De forma simplificada, o autor busca respostas para a pergunta do título, fazendo uma abordagem característica da antropologia social, destrinchando os gestos que compõe a identidade do brasileiro, como o futebol, a malandragem, as procissões religiosas, os hábitos alimentares e, claro, o Carnaval!

No capítulo “O Carnaval, ou o mundo como teatro e prazer”, DaMatta faz uma análise da folia que toma conta do país no mês de fevereiro.

“O carnaval, com suas regras de inversão, fica como que deslocado da realidade cotidiana, podendo ser vivido como algo de fora e, daí, como algo que surge como uma regra ou lei natural que teria validade para todos, independentemente de sua posição na estrutura social. Ou apesar dela... Ou por causa dela...”, define DaMatta.

Para saber mais sobre o maior espetáculo da Terra, vale a leitura!

Outra obra que fala sobre os costumes do brasileiro é “Viagem pitoresca e histórica ao Brasil”,  de Jean Baptiste Debret. Em dois volumes na edição da Circulo do Livro, estão registradas imagens do Brasil colonial feitas pelo artista plástico francês em sua passagem por São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, em 1816.