Sugestões de Livros

Diário da Traça

Home ⇨ Diário da Traça
O Diário da Traça é uma espécie de Twitter privado da Traça - aqui postamos pequenas mensagens sobre o dia-a-dia da empresa, bibliotecas que compramos, novidades do mundo editorial e até alguns de nossos pequenos dramas profissionais.  Uma espécie de balcão de livraria, com aquela conversinha amistosa e simpática.
Exibindo itens de 2481 a 2500 de 3700
14/02/2017 18:09 por William





Chegando agora aqui na Traça um exemplar do livro Ariel de Sylvia Plath! Até então eu nunca tinha visto um material dela, a não ser virtualmente. Eis aqui uma palinha do conteúdo compilado pela editora Verus, que ainda contém as reproduções originais de seus manuscritos:

"Canção da Manhã"

O amor faz você funcionar como redondo relógio de ouro.
A parteira bateu em seus pés, e seu grito nu
Tomou lugar entre os elementos.

(...)

Sou sua mãe
Tanto quanto a nuvem que destila um espelho que reflete seu lento
Desaparecimento na mão do vento.

(...)

Sua boca se abre, limpa como a de um gato.

(...)

E agora você ensaia
Seu punhado de notas;
As vogais claras sobem como balões.

14/02/2017 18:09 por William





Patti Smith ficou famosa graças ao seu álbum intitulado Horses de 1975. "A Madrinha do Punk" possui um ponto de vista feminista e mais intelectual da música punk e é umas das mais influentes artistas do rock, além de ser também poetisa, cujo trabalho se integra na geração beat.

Seu estilo e aparência sempre foram muito pouco "femininos", contrastando com a décade de 80 e a era disco. Introduziu ainda a poesia francesa do século XIX na juventude norte-americana, trazendo influências dos poetas malditos. Sua música mais famosa é "Because the Night" que muitas pessoas esquecem ser dela. Ontem mesmo eu a estava ouvindo no rádio e nenhum de meus amigos músicos sabiam se tratar de uma canção da rockeira.

Para quem se interessa por música e poesia, a moça (hoje um pouco mais velha) tem um poema bem interessante sobre Arthur Rimbaud, que pode ser ouvido pela voz da própria no youtube.







13/02/2017 11:19 por William



O povoado de Cabo Polônio no Uruguai é cercado por lobos-marinhos, dunas, casas com não mais de dois andares, ventos sonoros e uma aura azul proporcionada pelo casamento do céu e do mar. É uma paisagem perfeita para sonhar e viver, e consequentemente compor belas canções que inspiram uma juventude preponderantemente composta de argentinos, uruguaios e brasileiros, que vêm na cidade um belo destino para criar suas futuras memórias. É o caso do grupo Perota Chingo e sua fofa canção "Rie Chinito" composta ali nas redondezas, e do galante Jorge Drexler com sua "12 segundos de obscuridad", cuja letra vai em seguida:


Gira el haz de luz
Para que se vea desde alta mar
Yo buscaba el rumbo de regreso
Sin quererlo encontrar

Pie detrás de pie
Iba tras el pulso de claridad
La noche cerrada apenas se abría
Se volvía a cerrar

Un faro quieto nada sería
Guía mientras no deje de girar
No es la luz lo que importa en verdad
Son los 12 segundos de oscuridad

Para que se vea desde alta mar
De poco le sirve al navegante
Que no sepa esperar

Pie detrás de pie
No hay otra manera de caminar
La noche del Cabo
Revelada en un inmenso radar

Un faro para sólo de día
Guía mientras no deje de girar
No es la luz lo que importa en verdad
Son los 12 segundos de oscuridad

13/02/2017 11:19 por William




O disco "Clube da Esquina" foi composto por um coletivo de músicos brasileiros liderados por Milton Nascimento e Lô Borges e lançado em 1972. A capa traz a foto de dois meninos que eu sempre pensei serem os próprios Milton e Lô, mas na verdade são dois garotos fotografados na beira de uma estrada de chão nas proximidades de Nova Friburgo. Fiquei muito emocionado quando descobri isso, porque numa das minhas viagens hippies passei por essa cidade colonizada por imigrantes suíços e alemães. É uma cidadezinha de interior adorável repleta de outdoors com imagens de mulheres vestidas de lingerie. Além disso é a mais fria do estado e abrange outras localidades de natureza exuberante como é o caso da Parque Estadual dos Três Picos e o Pico Maior de Friburgo. Lembro da sensação do vento batendo no rosto e a visão desses morros ao longo da estrada, a mesma diga-se de passagem que tenho quando escuto o álbum acima; "a de ir adentrando o interior do Brasil e o próprio interiror das coisas".

09/02/2017 16:16 por William





Canto das montanhas,
acode o meu sofrer
com teus violinos de pedra

Afunda as dores das almas
com teus gritos dissonantes de eras
até extinguir todas as espécies
e restar somente o vazio
de uma estrela morta

Lapida minha alma
em busca de um valor
maior que o ouro enquanto
tocas xilofones de cristal

Colhe flores esbeltas
dos meus desertos de sal

Semeia momentos
por onde pisam meus
pés de caminhante lunar.




William Osmarin



08/02/2017 18:22 por Francisco
Quando lê-se que a loja Traça não mantém 10% do acervo total da empresa, não é brincadeira minha gente. Estamos fazendo uma força tarefa para manutenir, organizar e otimizar o estoque e o setor de cadastro, pois as pobres meninas que precificam os livros estavam sobrecarregadas de trabalho. Tarefa árdua, mas que facilita o trbalho/desempenho de todos.

08/02/2017 15:17 por Marcelo
Olá senhoras e senhores, estou indo embora. Este é o meu último post no diário. Desejo-lhes muita felicidade, amor e realização. Muito obrigado, até mais: os ventos sopram...

08/02/2017 15:17 por William





O artista
O filósofo
O político

Têm a obrigação
de mudar o mundo?

Ou a sua imaginação, sua ânsia
de se promover a qualquer custo,
não serão frutos de um fanatismo
  surdo?

Eu passo ao largo da escuridão imensa
nesta floresta do espírito e me deito por instantes
à sombra amena de uma figueira para meditar

Eu sei, eu sei! há pobreza e miséria infindáveis,
mas que herói terá a grandeza suficiente para
suportar em sua cabeça os louros da salvação?

Compreendo essas dores
e a compreensão me leva a um
desejo de conhecimento maior
do que o medo da morte

"a noite me deslumbra com suas estrelas
    e eu as nomeio com nomes de poetas
     imerso na sensação de suas distâncias"

No despertar da aurora
uma nova razão desponta,
farta de escrutínios pretensiosos,
expondo-nos em pelo e pele
à luz do sol revelador

"ser um herói pra si mesmo
 pode ser um grande passo
 contra a marcha da impassibilidade
   humana"



William Osmarin


08/02/2017 15:17 por Marcelo
"...o vento arrastava a linha pela superfície rugosa do pequeno tanque, mal se podia dar uma braçada e já se atravessava, atingindo as árvores musgosas, onde roupas brancas, fustigadas pela tempestade, colavam-se aos troncos esverdeados e mais próximo da carpa, ela distinguia o anzol com a isca. Ao seu redor, as paredes do tanque cobertas por lodo, as outras carpas, se ao menos pudesse sentir as gotas..."

(das "Pescarias em Águas Médias" de Pedro Malamado, 2017)

07/02/2017 17:59 por William

"Se você não tem habilidade vai tocar Rock!"

Eis uma das frases que sintetizam a temática do filme Whiplash, onde um estudante de música se depara com a ditadura de um professor perfeccionista que quase o leva a loucura. Se a frase título é verdadeira ou não, a discussão é longa e não chega a lugar algum. Existem músicos incríveis e de pouca técnica que conseguem nos transportar a estados da alma que um erudito jamais será capaz de fazê-lo, e vice-versa. Na trama do filme a personagem principal é um estudante de jazz, e o seu instrumento é a bateria. Uma das referências musicais do filme é o ilustre Buddy Rich, considerado o melhor baterista de todos os tempos. Em contrapartida, penso no nosso querido Ringo Star e eis que encontro uma versão de Buddy Rich para a música "Norwegian Wood" no álbum "Big Swing Face". Melhor do que pensar, escrever e discutir sobre música é e ainda sempre será ouvi-la.

07/02/2017 10:23 por Rabujo
A profissão de livreiro é a mais interessante das que já exerci, e foram várias...porteiro, DJ, piloto, engenheiro, economista, tradutor, executivo, skipper e outras variadas. Segundo uma antiga namorada, minha vida não passa de uma coleção de esboços de vidas possíveis, todas fracassadas. Não é bem assim, mas também não vem ao caso...

Pois bem, a melhor parte da profissão de vender livros, especialmente os usados, é a variedade. Variedade de livros, idéias e pessoas. Aqui na Traça não censuramos nem restringimos nada. Acredito que as idéias, por mais malucas, irresponsáveis e nojentas, devem ficar disponíveis para quem se interessar por elas. Se for o caso, que sejam debatidas, ridicularizadas e refutadas. Idéias doentias não faltam, mas também não se sustentam a longo prazo. Se forem escondidas, podem virar culto e crescer. Melhor expô-las à luz do sol. 

No tempo do regime militar, em que havia livros proibidos, circulávamos suas fotocópias (alguém ainda lembra da Nashua?) freneticamente. Autores medíocres e livros bisonhos eram adorados por hordas que nunca os leram. Quando finalmente publicados, sumiram. Teve até autor cult que virou editor de moda...

Sempre tomei a livre expressão de idéias como base da cultura ocidental contemporânea e condição necessária para desfrutarmos a liberdade possível.

Até aí, tudo bem. Porém...recentemente as coisas começaram a mudar. Uma geração intolerante e autoritária pretende condicionar o mundo a suas idéias antigas e tacanhas. A censura voltou. Mais impressionante ainda é o comportamento da imprensa e dos gerentes das redes sociais, que agem exatamente como os gatekeepers tão temidos pelos antigos teóricos da Comunicação. Não vou discursar mais, vá direto ao link abaixo, um texto do Scott Adams - o criador do Dilbert - sobre a atuação do Twitter:

                  A MENTE-COLMEIA DA MIDIA SOCIAL

06/02/2017 18:07 por William


Esses dias andei ouvindo novamente o álbum Debut, primeiro trabalho em estúdio da islandesa Bjork. A faixa 1, "Human Behaviour", foi criada a partir de um sample de Tom Jobim, isso mesmo (além dele Bjork também curte o Milton, assim como toda a musicalidade brasileira). A letra dessa canção é bem interessante e alguns trechos me chamam bastante a atenção, como por exemplo:

"If you ever get close to a human
And human behaviour
Be ready, be ready to get confused

There's definitely, definitely, definitely no logic
To human behaviour
But yet so, yet so irresistible

They're terribly, terribly, terribly moody
Of human behaviour
Then all of a sudden turn happy

But, oh, to get involved in the exchange
Of human emotions
Is ever so, ever so satisfying"


De certa maneira me sinto mais calmo com todas as atribulações que as relações humanas causam, como se estivéssemos vivos de fato, e não simplesmente passando pela vida passivamente.



06/02/2017 11:43 por Rabujo
Antiguidades da Informática chegaram à Traça hoje, quase todas sem valor comercial: livros de Fortran, Algol,  Basic etc.  Tenho uma opinião bem controversa sobre essas linguagens antigas: são tão fáceis de programar que poderiam ser ensinadas até hoje, especialmente o Algol e o Pascal, como introdução à Computação.

Aprender a programar com Java e C (e variantes) é desanimador para a maioria...

Linguagem Basic

06/02/2017 11:24 por Tracinho
Um homem sem história, sem cultura, sem país, sem família e sem civilização não é livre: ele está nu e condenado ao desespero - Mathieu Bock-Côté.

Estamos chegando lá...

06/02/2017 11:24 por Marcelo
"Paulo le Lebre, é um cara formidável, eu o conheci no verão de 2010, quando tomava uma marguerita na beira daquele lago grande em Lugano, eu pensava em me matar naquele tempo, comprei até uma faca do estilo 007, como aquela que o Sid usou para matar a Nancy, mas lógico que todo mundo sabe que ele não matou né, mas enfim, eu estava olhando para aquelas águas, vendo meu reflexo como um narciso meio debilóide quando o Paulo le Lebre passou por mim tomando um sorvete de chocolate e ele disse para mim que o ouro seria meu se em quatro dias ninguém morresse, "o forasteiro partirá levando seu tesouro", ele me disse, perguntei o que ele queria dizer mas ele saiu voando pelos telhados de Lugano tomando seu sorvete e eu fiquei meio atônito, que nem quando a gente quase é atropelado, mas escapa por um fio, e então pá! veio na hora a solução para o meu problema existencial: era só continuar vivo. Daí aproveitei para andar de pedalinho, curtir a gastronomia local, até que a outra bad bateu, dessa vez muito mais forte, no meu quarto de hotel com calefação, pensei que não ia sair vivo dessa vez, abri a janela e para a minha surpresa encontrei o Paulo le Lebre parado no telhado, quase encostando o nariz na janela, ele me disse então que eu estava no Paraíso e não reconhecia, e saiu colado no edifício como o Drácula, mexendo a língua como uma lagartixa, daí fiquei curado mesmo, por isso que sou fã sabe, de carteirinha."


(dos "Depoimentos de Fãs de Paulo le Lebre" de Pedro Malamado, Genebra, 2015)


marcelo valadóico

04/02/2017 16:13 por Rabujo
Raminhos secos são muito comuns dentro de livros usados. Esse veio dentro de um livro sobre Jung...

ramo seco

03/02/2017 17:38 por Marcelo
" - É difícil escrever quando a sua cabeça parece uma máquina de clichês publicitários.

O outro levantou os olhos e voltou a ler o jornal.

- A minha vida parece um amontoado de clichês publicitários, você tá me entendendo? Compre guaraná Treispote, o único guaraná com... com... pausa para o clichê! Se eu me levanto bruscamente, pego o seu jornal, cuspo na sua cara e faço um misto quente com a carne dos seus dedos... até isso é clichê, posto que... eu explicaria assim... e por aí vamos nós mais uma vez até o guaraná Treispote, guaraná Treispote, o único com borbulhas anti flatulência! Olha, não sei se você reparou mas até tirei os retratos da sala, o outro moveu a cabeça afirmativamente, tirei tudo, só para ficar sozinho nessa vida clichê de artista solitário, você acha que eu sou artista? Não tem alguma menção a minha pessoa nesse caderno de cultura aí? Tem sim, essa foto da coluna social, todo sorridente e garboso pronto para conseguir mais uma taça de champanhe sem graça no lançamento do guaraná Treispote, o que poderia quebrar essa clichezada? O sanduíche com a carne de seus dedos, saboreado num fim de tarde caseiro, a luz do crepúsculo alaranjando-se ao atravessar o vidro e, encostado na parede, vagarosamente saboreando o sanduiche. Enfim, já são oito horas, você tá pronto? A Melissa tá esperando por nós ali no supermercado, vamos?"

(da "Dura e Original Vida de Hugo Valpróico" de Pedro Malamado, Porto Alegre, 2017)

marcelo valdóico

03/02/2017 17:08 por William








As pessoas não mudam.

As amizades se transformam
O que está sujo torna-se
limpo e o que está limpo
volta a ficar sujo

As pessoas, elas não mudam.

As folham tremulam
Gaivotas voam pra lá de além
As ondas quebram nos recifes

E as pessoas, continuam as mesmas.

Mata-se por nada, mata-se por tudo
Em segundos não há mais escrúpulos
As guerras não terminam, mudam-se os nomes

As pessoas não mudam jamais.

A casa cai, as nuvens passam
As montanhas vão para o fundo do mar
Espécies morrem, outras nascem

E as pessoas insistem em não mudar.

O féretro permance um pouco mais que o corpo,
mas assim como a carne, a madeira também apodrece

As armas são aperfeiçoadas
As palavras, faladas por outras bocas,   
m novas línguas, em outros lugares

E ainda assim, as pessoas não vão mudar.

Mudam os medos, compram-se outras verdades
Mudam os preconceitos, e há um lamento no mundo, rondando
a atmosfera

A vida morre no peito, às vezes antes da hora

E as pessoas
ah, as pessoas
não querem mudar.





William Osmarin

 

01/02/2017 13:42 por Tracinho
Prefiro assim...

shakespeare and company

E muita gente me acompanha...

01/02/2017 12:11 por Rabujo
Ou assim...

livraria

Exibindo itens de 2481 a 2500 de 3700
Loja da Osvaldo Aranha
Horário de Atendimento:
Segunda a sexta: das 9h às 18h30
Sábado: das 9h30 às 18h
Não fechamos ao meio dia
Telefone Loja: (51) 3311-0044
Av. Osvaldo Aranha, 966 - Porto Alegre - RS - Brasil - CEP 90035-191

ATENÇÃO!
Nossa loja mantém menos de 10% do acervo total da Traça.
Aceitamos para vendas online:
Central de Atendimento
(51) 3232-8404
CNPJ: 94.529.542/0001-08