Estou impressionado com o ódio nacional devotado ao Eike Batista, especialmente por veículos de comunicação, onde seus jornalistas mostram que a inveja supera, de longe, qualquer compreensão que pudessem ter de como o mundo funciona.
Eike não é exatamente um cara que você convidaria para jantar na sua casa, embora possa ter boas histórias para contar, mas também não é simplesmente um ladrão, golpista, enganador, estelionatário e outros epítetos com que tem sido agraciado.
Eike é um empresário extremamente ambicioso, jogou o jogo desonesto que estava posto em seu tempo e perdeu. Mais do que tudo, me parece ser um caso de
insider information gone bad: apostou tudo em um campo de petróleo que, as melhores fontes lhe asseguraram, seria rico em óleo. Não era, a empresa quebrou, e a partir daí tudo desandou. Isso não quer dizer que, no início, fosse intrinsecamente desonesto com seus acionistas, ao contrário. A fortuna de Eike estava atada à de seus acionistas, ele só ficaria mais rico se todos ganhassem. Ele perdeu, todos perderam.
Seu caso me lembra o de
Alberto Cacciola, do falido banco Marka: aparentemente, apostou tudo em uma informação sobre taxa de câmbio, informação esta que teria vindo do próprio Banco Central, talvez de seu próprio presidente ou da diretoria de então. O câmbio subiu, ao contrário do que lhe garantiram, ele quebrou e todos os seus investidores perderam.
Que paguem por seus crimes, mas o mundo, felizmente, não é tão simples...